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Paradoxo Armamentista

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É inquestionável a sensação de vulnerabilidade e insegurança que, em maior ou menor escala, atinge a todas as sociedades e segmentos sociais. Também é evidente que, muito em razão dessa condição, pessoas busquem meios de defesa a si e aos seus, entendendo que essa insegurança decorre da inadequação dos Estados em prover a segurança individual dos cidadãos, ou mesmo até no questionamento em confronto entre as garantias individuais e as coletivas. É complicado assimilar que não há direitos absolutos em sociedade. Esse movimento, porém, está levando as pessoas, irrealisticamente, a buscarem os meios de sua defesa. E digo irrealisticamente porque esses mesmos meios servem de ataque e geram um pseudo direito de atacar a pretexto de defender. Por essa razão, o movimento armamentista desregulado traz em si o paradoxo. A pretexto de prover segurança, gera mais insegurança ainda. A autotutela do direito pressupõe a falência do Estado, ente abstrato e cujo propósito final é a proteção do indivíd...

No Despeito de um Desafinado

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No despeito de um desafinado também bate a frustração. Revisitando João Gilberto, o genial. Não tão genial é o despeitado. Bem ao contrário, aliás.  É a materialização das coisas inexplicáveis. Poderia ser só ignorante, há espertos que se dão bem apesar  disso. Poderia ser só burro, há tantos menos privilegiados de inteligência que compensam brilhantemente uma eventual limitação pela dedicação ao estudo. Então, como um cara ignorante de quatro costados e com sérias limitações no pensamento e abstrações consegue ser aprovado num concurso para a magistratura, que todos sabemos ser bastante disputado? Mistérios da meia noite, das meias verdades, dos meios escusos talvez. Mas enfim. Bolsonaro não se formou na AMAN? Então tudo é possível em excepcionais conjunções de astros. Moro foi um desses mitos criados nos tempos de pós-verdades. Pensou-se protagonista, era um mero peão no tabuleiro do poder político, um dia ainda saberemos inquestionavelmente quem lhe manejava pelos co...

Círculo de Fogo

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  "Deixai toda esperança, vós que entrais." Quem disse que o poço não tinha fundo? Eu mesmo? Acho que foi, mas estava errado. O poço em que nos atiramos - não caímos por acidente, foi suicídio tentado - não tem um, mas muitos fundos. Sucessivos e escalares às profundas. Nove círculos? Que nada, são infindos circulares. Vórtecis ligando a superfície ao abismo, no pantagruélico devorar de um povo. Nos tempos dos marechais e pela caneta do seu fantoche, despencamos sucessivamente, degrau a degrau, andar a andar, da espiral descendente à degradação mais profunda, ao contraste mais sombrio, ao desânimo da perda irreversível. Perdemos nosso país, aquele outro não existe mais. Nada é mais simbólico do que o sofismo na venda de ossos, do cinismo da venda de pés e pele de frango nas gôndolas e prateleiras dos supermercados e agora do soro de leite, pois é o que restou para matar a fome de milhões de crianças. Tudo isso enquanto o verme maldito rosna que o Brasil é referência de segura...

Síndrome de Rambo

"Sou soldado. O campo de batalha é minha zona de conforto. Não fujo do campo de batalha abandonando minha tropa. Não ha crise." (Silva e Luna, presidente da Petrobrás)  https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/03/militares-entram-em-campo-para-manter-presidente-da-petrobras-no-cargo.shtml O mais interessante de tudo isso é que o declarante exerce uma função civil. Não fosse uma autopromoção mentirosa, diria que zona de conforto é ter rendimentos na ordem de R$ 300 mil/mês por fazer parte de uma Junta Militar de Desgoverno, zona de conforto é ter chegado ao topo da carreira sem nunca ter entrado em combate. Zona de conforto é se fazer de herói por um estoicismo hipotético, que nunca teve oportunidade de praticar. É a treva. https://www.youtube.com/watch?v=TRUlevQlUyQ&t=5s

Não é o que Parece

Não resta dúvida, passados mais de três anos da posse presidencial, que o programa econômico pressupunha o desmonte do Estado e seus braços estratégicos. Por má-fé, por traição, por venalidade, por grana viva, por compromissos ou até por ideologia mesmo. O fato é que o desmonte da Petrobrás  adquiriu, desde o primeiro dia do comando do tal Posto Ipiranga que se mostra agora em sua verdadeira grandeza de Lojinha de Conveniência, uma dimensão superlativa, maior até do a que a do genro do FHC e sua Petrobrax. Se a Petrobrax não passou, o acento em Petrobrás foi suprimido. Acentuação não existe em inglês, muito menos haveria em oxítonas terminadas em as, como em português.  Pouco se me dá, eu continuo usando Petrobrás com acento e respeito. Há uma operação psicológica em curso, a Petrobrás tem história no imaginário popular, um orgulho remanescente. Talvez pela primeira vez, desde a subordinação ao V Exército de Mark Clark, o movimento popular contrariou os interesses externos, fo...

Cinismo ou Hipocrisia Raiz?

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Leio, assustado, que o Facebook tão rígido nos tais Padrões da Comunidade que, além de justificadamente inibirem os discursos de ódio, permitem também o patrulhamento e perseguição arbitrária, agora tomou partido, entrou de forma ativa na guerra, abriu as comportas para o ódio seletivo. Maior rede social na interatividade dos inscritos em amplitude mundial, o Facebook é uma arma poderosa na formação de opinião. Até porque seus algorítimos de mais valia comercial fortalecem as bolhas e divulgam seletivamente pelos relacionamentos com mais afinidades, ou com potencial maior de tretas e polêmicas. Mais caro pode vender a publicidade e as postagens patrocinadas. Quem não goste, não é obrigado a participar. Entenda-se, é uma rede privada com objetivo comercial e regras próprias. Adira quem o queira. Acontece que os tais Padrões de Comunidade vestiam uma máscara ética. Puniam notícias flagrantemente falsas, discursos de ódio, terrorismo y otras cositas más. A máscara caiu. Leio que a Meta, d...

País Hoje, Colônia Amanhã.

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  Posicionamentos da Petrobrás sobre fertilizantes Janeiro de 2014  –  Somos a maior produtora de fertilizantes nitrogenados do Brasil. Com a aquisição da Fafen-PR, reforçamos essa área em alinhamento com o Plano de Negócios e Gestão 2013-2017. Possuímos mais duas fábricas: a Fafen-SE, com capacidade de produção de 657 mil toneladas/ano de ureia e 456 mil toneladas/ano de amônia, e a Fafen-BA, com 474 mil toneladas/ano de ureia e 474 mil toneladas/ano de amônia. Atualmente, estamos investindo em novas unidades a fim de acompanhar o crescimento do mercado. Em Três Lagoas (MS) está sendo construída uma planta que entrará em operação em setembro de 2014 com capacidade para produzir 1,2 milhão de toneladas/ano de ureia. No município de Laranjeiras (SE), está sendo construída uma planta de sulfato de amônio com capacidade para produzir 303 mil toneladas/ano, que começará a produzir ainda este ano. Duas outras unidades, uma em Uberaba (MG) e outra em Linhares (ES), estão em...