Círculo de Fogo
"Deixai toda esperança, vós que entrais."
Quem disse que o poço não tinha fundo?
Eu mesmo? Acho que foi, mas estava errado.
O poço em que nos atiramos - não caímos por acidente, foi suicídio tentado - não tem um, mas muitos fundos. Sucessivos e escalares às profundas.
Nove círculos? Que nada, são infindos circulares. Vórtecis ligando a superfície ao abismo, no pantagruélico devorar de um povo.
Nos tempos dos marechais e pela caneta do seu fantoche, despencamos sucessivamente, degrau a degrau, andar a andar, da espiral descendente à degradação mais profunda, ao contraste mais sombrio, ao desânimo da perda irreversível.
Perdemos nosso país, aquele outro não existe mais.
Nada é mais simbólico do que o sofismo na venda de ossos, do cinismo da venda de pés e pele de frango nas gôndolas e prateleiras dos supermercados e agora do soro de leite, pois é o que restou para matar a fome de milhões de crianças.
Tudo isso enquanto o verme maldito rosna que o Brasil é referência de segurança alimentar ao mundo e que toda a culpa da debacle recai sobre o fique em casa, sobre Barroso ser ministro do PT, sobre a careca do Alexandre, a Grande.
Um crápula especialista em terceirizar sua culpa e responsabilidade.
Espero, com toda pureza de intenção, que tenha muitos anos de vida e que, em todos os milhares de dias que lhe restem seja alimentado exclusivamente com osso, pé e pele de frango e beba, como única bebida, soro de leite.
Um Prometeu moderno acorrentado ao rochedo da Papuda, com o fígado hipertrofiado consumido diuturnamente pela águia-esteatose, gerada por toneladas de pele de frango ingeridas.
Não por ter revelado o segredo do fogo, mas por ter incinerado com fogo, pólvora e fome o sonhos de um Brasil mais justo, mais solidário, mais alegre. mais humano e soberano. Menos cruel e tosco.
Com mais livros e menos armas; mais clubes de leitura do que de tiro. Com culto à vida, não à morte.
E que tenhamos a lucidez de entender que um novo precisa ser construído sobre as ruínas do que restou.
Que não há resgate possível, o passado está morto, cumprido e enterrado.
E que se vire a página dos horrores daqui a três meses.
Temos muito trabalho pela frente. Comecemos pelo voto consciente.
Quem disse que o poço não tinha fundo?
Eu mesmo? Acho que foi, mas estava errado.
O poço em que nos atiramos - não caímos por acidente, foi suicídio tentado - não tem um, mas muitos fundos. Sucessivos e escalares às profundas.
Nove círculos? Que nada, são infindos circulares. Vórtecis ligando a superfície ao abismo, no pantagruélico devorar de um povo.
Nos tempos dos marechais e pela caneta do seu fantoche, despencamos sucessivamente, degrau a degrau, andar a andar, da espiral descendente à degradação mais profunda, ao contraste mais sombrio, ao desânimo da perda irreversível.
Perdemos nosso país, aquele outro não existe mais.
Nada é mais simbólico do que o sofismo na venda de ossos, do cinismo da venda de pés e pele de frango nas gôndolas e prateleiras dos supermercados e agora do soro de leite, pois é o que restou para matar a fome de milhões de crianças.
Tudo isso enquanto o verme maldito rosna que o Brasil é referência de segurança alimentar ao mundo e que toda a culpa da debacle recai sobre o fique em casa, sobre Barroso ser ministro do PT, sobre a careca do Alexandre, a Grande.
Um crápula especialista em terceirizar sua culpa e responsabilidade.
Espero, com toda pureza de intenção, que tenha muitos anos de vida e que, em todos os milhares de dias que lhe restem seja alimentado exclusivamente com osso, pé e pele de frango e beba, como única bebida, soro de leite.
Um Prometeu moderno acorrentado ao rochedo da Papuda, com o fígado hipertrofiado consumido diuturnamente pela águia-esteatose, gerada por toneladas de pele de frango ingeridas.
Não por ter revelado o segredo do fogo, mas por ter incinerado com fogo, pólvora e fome o sonhos de um Brasil mais justo, mais solidário, mais alegre. mais humano e soberano. Menos cruel e tosco.
Com mais livros e menos armas; mais clubes de leitura do que de tiro. Com culto à vida, não à morte.
E que tenhamos a lucidez de entender que um novo precisa ser construído sobre as ruínas do que restou.
Que não há resgate possível, o passado está morto, cumprido e enterrado.
E que se vire a página dos horrores daqui a três meses.
Temos muito trabalho pela frente. Comecemos pelo voto consciente.
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